sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

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      Na sessão de hoje de fisioterapia, enquanto me aplicavam o calor húmido, os ultra-sons, as ionizações, a massagem manual geral e o fortalecimento muscular, folheei a VIP desta semana, actividade culturalmente riquíssima, como se sabe, mas que nos consultórios médicos se torna uma leitura quase obrigatória e atractiva. O livro que estava guardado na mala nem chegou a sair  (acho que alguém devia fazer um sério estudo psicológico sobre este comportamento). Tenho um palpite de que deve ter a ver com a evasão meio embrutecida que estas revistas proporcionam, como se, ao penetrarmos no mundo cor-de-rosa, as notícias que aguardamos dos médicos ou as dores a que nos submetemos nos tratamentos se tornassem, também elas, cor-de-rosa. Sei lá...
      Mas, voltando ao início... Ao desviar as várias cortinas indiscretas sobre a vida dos famosos,  houve um excerto de uma entrevista a um cabeleireiro português (Eduardo Beauté), por sinal alguém muito famoso, que me chamou à atenção. Até vi algum sentido e pertinência no seu comentário. Disse então o senhor assim, a propósito do facto de nunca ter obtido nenhum apoio no âmbito da sua profissão: "Para ganharem votos, os nossos governantes garantem preservativos a quem quer ter relações sexuais; a quem já as fez sem precaução, dão-lhes a pílula do dia seguinte; se engravidarem, financiam-lhes o aborto. Se nascer uma criança, os pais têm direito ao abono de família; os dependentes de heroína têm seringas gratuitas na farmácia; quem não gosta de trabalhar só precisa de saber tratar dos papéis e o rendimento mínimo é-lhe garantido; aos marginais que acabam de cumprir pena e voltam à liberdade podem contar com o subsídio de reinserção social..."