quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Mensagem para o novo ano...

Vivam, apenas
Sejam bons como o sol.
Livres como o vento.
Naturais como as fontes.

Imitem as árvores dos caminhos
que dão flores e frutos
sem complicações.
Mas não queiram convencer os cardos
a transformar os espinhos
em rosas e canções.
José Gomes Ferreira

Em contagem decrescente...

    Em contagem decrescente para o final do ano e para a passagem de um ano de vida deste blogue, tenho a dizer que 2010 foi um ano muito generoso. O balanço que faço é certamente positivo (em caso de dúvidas, percorram as mensagens do blogue; foram sempre a celebração de alguns instantes que o tempo fez permanecer). Dos aspectos menos agradáveis não vou aqui falar. Guardo-os para mim. Apesar de, por vezes, transparecer que abro algumas janelas, nunca as abro totalmente. Não é o espaço para isso. No entanto, nas entrelinhas, é possível que tenha escapado alguma confissão mais desvelada, pois tudo o que foi aqui escrito foi confessado com sinceridade.
  Que o tempo passe por mim em 2011 com a mesma generosidade (e com alguns extras, que eu não me importo!).

sábado, 25 de dezembro de 2010

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Para reflectir...

"Não são só as pequenas livrarias que estão a chegar ao seu fim, é todo o pequeno comércio. O que se quer? Que as pessoas se solidarizem com o pequeno comércio? Não, as pessoas procuram os seus interesses e encontram tudo no centro comercial, compram no centro comercial. Há uma coisa que não se diz, é que no centro comercial não é preciso falar, ao contrário das lojas, uma pessoa pega no que precisa, paga e vai-se embora. Temos de assumir que há coisas que já não são necessárias, e o mundo não se pode transformar num museu. O problema não está tanto na existência do centro comercial; está tudo no deslocamento do poder. As multinacionais é que mandam e os centros comerciais são pontos de implantação de um sistema económico, o nosso. O problema que se coloca é: que tipo de vida queremos? O único lugar público seguro que existe é o centro comercial, como antes era o parque, a rua, a praça. Não tenho saudade de outro tempo, mas temos de nos referir ao passado para entendermos o presente. O centro comercial é a nova catedral e a nova universidade: ocupa o espaço de formação da mentalidade humana. Os centros comerciais são um símbolo. Não tenho nada contra eles, o que estou é contra uma forma de ser, de um espírito quase autista de consumidores obcecados pela posse de coisas. É aterradora a quantidade de coisas inúteis que se fabricam e se vendem. E o Natal é uma ocasião estupenda para comprovar isso."

“José Saramago: ‘La globalización es el nuevo totalitarismo”, Época, Madrid, 21 de Janeiro de 2001
In José Saramago nas Suas Palavras

Retirado de http://caderno.josesaramago.org/

Coisas realmente importantes...


O Natal

É o braço do abeto a bater na vidraça?
E o ponteiro a caminho da meta!
Cala-te, vento velho! É o Natal que passa,
A trazer-me da água a infância ressurecta
Da casa onde nasci via-se perto o rio
Tão novos os meus Pais, tão novos no passado!
E o Menino nascia a bordo de um navio
Que ficava, no cais, à noite iluminado...
Ó noite de Natal, que travo a maresia!
Depois fui não sei quem que se perdeu na terra.
E quanto mais na terra a terra me envolvia
E quanto mais na terra fazia o norte de quem erra.
Vem tu, Poesia, vem, agora conduzir-me
À beira desse cais onde Jesus nascia...
Serei dos que afinal, errando em terra firme,
Precisam de Jesus, de Mar, ou de Poesia?

David Mourão-Ferreira


quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Neste Natal...

...Love Actually is all around!

É engraçado ver como o mesmo filme é capaz de arrancar valentes gargalhadas e deixar na garganta uma nem sempre contida vontade de chorar.



(O vídeo infelizmente não mostra na totalidade uma das cenas mais bonitas. Aqui está, por isso, em texto...

[on sheets of poster board]

Mark: With any luck, by next year - I'll be going out with one of these girls.
[shows pictures of beautiful supermodels]
Mark: But for now, let me say - Without hope or agenda - Just because it's Christmas - And at Christmas you tell the truth - To me, you are perfect - And my wasted heart will love you - Until you look like this.
[picture of a mummy]
Mark: Merry Christmas.

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Para reflectir... IV

(Calangute, Goa, 25/08/10)

"O erro em considerar o cepticismo sinal de lucidez.
A verdadeira lucidez não será precisamente o contrário: tudo incorporar, incluindo o arrebatamento místico da paixão amorosa!
Viver em plenitude é ser-se plenamente lúcido."

Marcello Duarte Mathias, Brevíssimo Inventário, p. 38.

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Para reflectir... III

(Jardins Suspensos de Mumbai, 28/08/10)
"Definições para uso pessoal:
O que é viver? Encontrar-se com o tempo.
O que é amar? Descobrir o tempo.
O que é a arte? Vencer o tempo.
O que é a coragem? Estar presente.
O que é um livro? Uma imprudência.
O que é a vida? Intervalo entre duas mortes.
O que é um destino? A vida dos outros.
O que é escrever? Julgar-se diferente.
O que é uma definição? Um outro modo de errar."

Marcello Duarte Mathias, Brevíssimo Inventário, p. 38

P.S. O efeito de distorsão dos motivos (imitação muito, muito pobre de Dali, em "A Persistência da Memória") é uma forma surrealista de traduzir a vontade de parar, distender, inverter, etc., o tempo...

domingo, 19 de dezembro de 2010

Para reflectir... II






"Os grandes homens: lucidez e vontade.
Os sonhadores: lucidez sem vontade.
As figuras de excepção: lucidez, sonho e vontade."



Marcello Duarte Mathias, Brevíssimo Inventário, p. 47

Para reflectir... I

("A Rapariga do Brinco de Pérola", Johannes Veermer)

"Há rostos que agradam e rostos que comovem. São estes os da paixão."

Marcello Duarte Mathias, Brevíssimo Inventário, p. 34.

sábado, 18 de dezembro de 2010

sábado, 11 de dezembro de 2010

Santa Claus has come to town...

       A primeira prenda, em jeito de auto-prenda...
      Não é propriamente a Trek do Alberto Contador, mas por 149,90 euros foi o melhor que se pôde arranjar.
      Os treinos recomeçam daqui a dias. Por isso, caros peões e condutores de S. Miguel, quando virem tão novinha e azulinha máquina, tenham cuidado e respeitem as prioridades!

Incredible (Secret) Story...

      Não sei o que é pior: se, numa casa onde há pelo menos uma advogada e um economista, acharem que o dia 1 de Dezembro é um feriado religioso ou o dia da Implementação da República, se chamarem esta manhã "leiteira" à LITEIRA que transportava Cleópatra e Júlio César (Vera e Hugo)...
    

domingo, 5 de dezembro de 2010

Sunrises...

(7h45m)

      E é assim que chega ao fim, com o título "Marcello Duarte Mathias: o ensaio da arte e da vida", o projecto que abracei ao longo dos dois últimos anos. Hoje o dia desponta com uma agradável sensação de dever cumprido... que é logo esquecida pelo planalto (se dissesse montanha ia assustar-vos, de certeza) de trabalhos para corrigir.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Sobre o tempo... desta vez atmosférico... (Parte 2)

Pior do que andar na Avenida Infante D. Henrique ao final da manhã a enfrentar a chuva e o vento, com um guarda-chuva já meio partido, foi derramar metade de uma garrafa de água dentro da mala.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Sobre o tempo... desta vez atmosférico...

A minha veia Ultra-Romântica (no sentido literário do termo, entenda-se) faz-me gostar deste locus horrendus: chuva, vento, frio. A cereja em cima do bolo seria um trovãozito aqui e outro acolá.

P.S. É claro que estou em casa, de roupão e pantufas.