sábado, 24 de março de 2012

"A Bela Princesa" (Leonardo Da Vinci?)


Em destaque este mês na National Geographic Portugal... Bianca Sforza ("La Bella Principessa"). Estudos desenvolvidos por Martin Kemp em 2010 mostram que foi pintada por Da Vinci. Se esta teoria se confirmar, será a mais recente obra atribuída a este génio do Renascimento. Para mais pormenores, basta ler (naturalmente) a revista...

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"O céu de Nova Iorque é belo porque os arranha-céus o empurram, afastando-o das nossas cabeças. Solitário e puro como um animal selvagem, monta guarda e vela sobre a cidade. E não constitui apenas uma proteção local, visto que sentimos que ele se estende à distância sobre toda a América; é o céu de todo o mundo."

Jean-Paul Sartre

terça-feira, 20 de março de 2012

A primavera chegou...

... e infelizmente a manhã é a mais feia das últimas semanas. Ainda bem que tirei a fotografia há alguns dias atrás.


sábado, 17 de março de 2012

Shall we dance?

Para os que têm medo do fim do mundo...

(Calendário Maia)

"Don't worry about the world coming to an end today. It is already tomorrow in Australia."

Charles M. Schulz

Sobre o "pálido ponto azul" onde vivemos...

terça-feira, 13 de março de 2012

quarta-feira, 7 de março de 2012

Sobre as virtudes da leitura (continuação)...

Aproveitando o repto lançado pela Ana, que achou este texto formidável, aqui vai o meu contributo para o tema, desta feita visto do ângulo oposto…

Namora um rapaz que lê. Namora um rapaz que, entre um e outro derby televisivo, adianta a leitura de um livro em cerca de 400 páginas, em vez de ver as dezenas de programas de televisão que comentam “um e outro derby televisivo”. Namora um rapaz que, após um e outro jogo de futebol entre amigos ao fim do dia, te pergunta se estás a gostar do livro que estás a ler e te diz que és mais bonita e estimulante do que as personagens femininas de Tolstoi.

Namora um rapaz que lê, pois, de cada vez que recebas uma mensagem no telemóvel, arriscas-te a encontrar deliciosos e originais fragmentos de inspirada literatura que fariam inveja a qualquer prémio Nobel desinspirado. Namora um rapaz que, para te perguntar como foi o teu dia, esgota os caracteres da mensagem e que, mesmo assim, não utiliza as palavras “como foi o teu dia”. Namora um rapaz que aceita que o contradigas no seu gosto literário, mesmo quando ele diz que o livro que acabou de ler foi o livro da sua vida.

Namora um rapaz que lê, porque podes partilhar as inflamações do teu coração, ser perigosamente sentimental, emocionares-te com pores do sol deslumbrantes e, mesmo assim, continuarás a ser uma pessoa inteligente e… especial. Namora um rapaz que já leu os Ultra-românticos, pois assim ele saberá que isto não te tornou mais lamechas ou chata, apenas mais sensível e corajosa em expores a tua alma às queimaduras solares e à crueldade do mundo.

Namora um rapaz que lê, porque enfrentará os desafios e os obstáculos da vida com a mesma tenacidade com que José Rodrigues dos Santos escreve 600 páginas, colocando o professor Tomás de Noronha à procura dos segredos e dos mistérios de Deus. Para ele, depois da Fórmula de Deus, só interessa a fórmula (in)explicável do seu amor por ti…

Namora um rapaz que lê, visto que, para ele, ver-te a cada novo dia que passa é como se desfolhasse um livro novo pela primeira vez, atento ao perfume das suas páginas, às cores das imagens, às formas das letras. Cada página das vossas vidas será virada com delicadeza e conservada longe do pó e da traça da rotina.

Namora com um rapaz que lê, pois oferecer-lhe um livro será sempre uma boa alternativa à habitual dor de cabeça que é escolher entre o perfume, o after-shave, a gravata ou a camisola que lhe compraste de surpresa (e que achaste linda) e que afinal não lhe serve, não tem a lã suficientemente macia … ou da qual ele simplesmente não gosta. Mesmo que o livro venha com talão de troca, ele certamente não o trocará, porque acertaste em cheio no seu gosto.

Namora com um rapaz que lê com a mesma clareza os teus olhos, a palma da tua mão, com que lê a obra de António Lobo Antunes ou o Húmus de Raul Brandão. Se leu estes autores sem pensar mil vezes em desistir, se dispensou os dicionários e a releitura a cada página, nada o assustará, nem mesmo o momento em que te colocará na alma o anel mágico do compromisso que deixaria o Senhor dos Anéis sem motivos para chegar a Mordor.

Namora com um rapaz que não lê Paulo Coelho, mas que, ainda assim, seja diariamente O Alquimista da tua felicidade. Ele saberá que a sua também estará bem perto e não em terras distantes que ocultam tesouros. A sua felicidade és tu…

Catarina Alves


Sobre as mulheres...

(Johann Georg Meyer von Bremen, 1813 – 1886)


"Se virmos a realidade, as mulheres são mais sólidas, mais objetivas, mais sensatas. Para nós, são opacas: olhamos para elas, mas não conseguimos entrar lá dentro. Estamos tão empapados de uma visão masculina, que não entendemos. Em contrapartida, para as mulheres nós somos transparentes. [...]"



José Saramago

terça-feira, 6 de março de 2012

sexta-feira, 2 de março de 2012

Para rir...













Sobre as virtudes da leitura...

"Namora uma rapariga que lê. Namora uma rapariga que gaste o dinheiro dela em livros, em vez de roupas. Ela tem problemas de arrumação porque tem demasiados livros. Namora uma rapariga que tenha uma lista de livros que quer ler, que tenha um cartão da biblioteca desde os doze anos. Encontra uma rapariga que lê. Vais saber que é ela, porque anda sempre com um livro por ler dentro da mala. É aquela que percorre amorosamente as estantes da livraria, aquela que dá um grito imperceptível ao encontrar o livro que queria. Vês aquela miúda com ar estranho, cheirando as páginas de um livro velho, numa loja de livros em segunda mão? É a leitora. Nunca resistem a cheirar as páginas, especialmente quando ficam amarelas.

Ela é a rapariga que lê enquanto espera no café ao fundo da rua. Se espreitares a chávena, vês que a espuma do leite ainda paira por cima, porque ela já está absorta. Perdida num mundo feito pelo autor. Senta-te. Ela pode ver-te de relance, porque a maior parte das raparigas que leem não gostam de ser interrompidas. Pergunta-lhe se está a gostar do livro.

Oferece-lhe outra chávena de café com leite.

Diz-lhe o que realmente pensas do Murakami. Descobre se ela foi além do primeiro capítulo da Irmandade. Entende que, se ela disser ter percebido o Ulisses de James Joyce, é só para soar inteligente. Pergunta-lhe se gosta da Alice ou se gostaria de ser a Alice.

É fácil namorar com uma rapariga que lê. Oferece-lhe livros no dia de anos, no Natal e em datas de aniversários. Oferece-lhe palavras como presente, em poemas, em canções. Oferece-lhe Neruda, Pound, Sexton, Cummings. Deixa-a saber que tu percebes que as palavras são amor. Percebe que ela sabe a diferença entre os livros e a realidade – mas, caramba, ela vai tentar fazer com que a vida se pareça um pouco com o seu livro favorito. Se ela conseguir, a culpa não será tua.

Ela tem de arriscar, de alguma maneira.

Mente-lhe. Se ela compreender a sintaxe, vai perceber a tua necessidade de mentir. Atrás das palavras existem outras coisas: motivação, valor, nuance, diálogo. Nunca será o fim do mundo.

Desilude-a. Porque uma rapariga que lê compreende que falhar conduz sempre ao clímax. Porque essas raparigas sabem que todas as coisas chegam ao fim. Que podes sempre escrever uma sequela. Que podes começar outra vez e outra vez e continuar a ser o herói. Que na vida é suposto existir um vilão ou dois.

Porquê assustares-te com tudo o que não és? As raparigas que leem sabem que as pessoas, tal como as personagens, evoluem. Exceto na saga Crepúsculo.

Se encontrares uma rapariga que leia, mantém-na perto de ti. Quando a vires acordada às duas da manhã, a chorar e a apertar um livro contra o peito, faz-lhe uma chávena de chá e abraça-a. Podes perdê-la por um par de horas, mas ela volta para ti. Falará como se as personagens do livro fossem reais, porque são mesmo, durante algum tempo.

Vais declarar-te num balão de ar quente. Ou durante um concerto de rock. Ou, casualmente, na próxima vez que ela estiver doente. Pelo Skype.

Vais sorrir tanto que te perguntarás porque é que o teu coração ainda não explodiu e espalhou sangue por todo o peito. Juntos, vão escrever a história das vossas vidas, terão crianças com nomes estranhos e gostos ainda mais estranhos. Ela vai apresentar os vossos filhos ao Gato do Chapéu e a Aslam, talvez no mesmo dia. Vão atravessar juntos os invernos da vossa velhice e ela recitará Keats, num sussurro, enquanto tu sacodes a neve das tuas botas.

Namora uma rapariga que lê, porque tu mereces. Mereces uma rapariga que te pode dar a vida mais colorida que consegues imaginar. Se só lhe podes oferecer monotonia, horas requentadas e propostas mal cozinhadas, estás melhor sozinho. Mas se queres o mundo e os mundos que estão para além do mundo, então, namora uma rapariga que lê.

Ou, melhor ainda, namora uma rapariga que escreve."

(Texto de Rosemary Urquico, encontrado no blogue de Cynthia Grow. Tradução “informal” de Carla Maia de Almeida para celebrar o Dia Mundial do Livro, 23 de Abril.)