sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Foi (só) há 65 anos...

      Dia escolhido: 6 de Agosto (1945);
      Local: Hiroxima, Japão;
      Avião: B-29, "Enola Gay";
      Nome de código da bomba: "Little Boy".

      Ao assistir à destruição sem paralelo provocada pela Bomba Atómica (produto de algumas das mais brilhantes mentes da altura), a Humanidade foi levada a questionar-se sobre que rumo teria a civilização e todo o avanço técnico conquistado, que passou a mover-se paralelamente em dois pólos: a dimensão criadora e a destruidora. 
      A atitude optimisto-humanista do ser humano que se desenvolveu essencialmente a partir do Renascimento parecia ter conduzido, ironicamente, não a uma maior dignificação da sua acção, mas à desumanização, à barbárie, às Guerras Mundiais. A esperança que se depositou na ciência fez o homem crer na sua imortalidade e no seu controlo sobre o tempo. A descoberta da sua finitude fá-lo entrar em crise e ruptura. De facto, depois da 2.ª Guerra Mundial e, principalmente, desde meados dos anos 50, o conceito de Pós-Modernidade tem vindo a ser adoptado por alguns autores que, no seguimento do que afirmou Arnold Toynbee (criador do conceito), acreditam que a Modernidade falhou. Fokkema, em História Literária: Modernismo e Pós-Modernismo, inclusivamente defende que “o pós-modernista parece ter abandonado qualquer esforço no sentido de representar o mundo de acordo com as convicções e a sensibilidade de um sujeito”, na medida em que preconiza uma “preferência pela não selecção ou por uma quase-não-selecção, numa rejeição de hierarquias discriminadoras e numa recusa da distinção entre verdade e ficção, entre passado e presente, entre relevante e irrelevante”. (Douwe W. Fokkema, História Literária: Modernismo e Pós Modernismo, Lisboa, Vega Universidade, [s.d.], p. 66)